O espancamento na colônia de Orenburg não quebrou os crentes e suas famílias em Saratov
Região de SaratovEm fevereiro de 2020, cinco fiéis que foram enviados para uma colônia penal por um tribunal de Saratov foram severamente espancados por guardas. Um deles, Felix Makhammadiyev, teve uma costela quebrada, pulmão e rim danificados. O que precedeu esses eventos? O que os crentes e suas famílias passaram é descrito em um vídeo de 4 minutos.
"Estávamos nos aproximando do carro, a estrada estava bloqueada por um jipe colorido, várias pessoas em balaclavas com metralhadoras pularam de lá e, gritando 'Pare!', torceram os braços e os colocaram no capô do meu carro" – foi assim que Felix Makhammadiev descreveu sua detenção em julho de 2019. A entrevista foi gravada após Félix ser solto após 11 meses preso. Naquela época, ninguém sabia que, apenas dois meses depois, o tribunal o consideraria culpado de organizar atividades extremistas e o mandaria de volta para a prisão junto com seus companheiros de fé.
"Entendi porque sorri"
Em dezembro de 2019, o Tribunal Regional de Saratov rejeitou o recurso dos fiéis e manteve a sentença. No início de fevereiro, cinco das seis Testemunhas de Jeová condenadas foram transferidas para a Colônia Correcional nº 1 em Orenburg e, em 6 de fevereiro, ao chegarem, foram todas espancadas por funcionários da prisão.
"Eles se agacharam e começaram a agredi-los com cassetetes, mãos e pés. Félix foi o que mais conseguiu, muito provavelmente pelo fato de ter sorrido ali na entrada, porque está sorrindo", conta Evgenia Lagunova, esposa de Felix Mahammadiev, sobre esses acontecimentos.
Após as agressões, os médicos diagnosticaram Felix Mahammadiev com uma costela quebrada, danos pulmonares e renais.
Um centro de detenção provisória e uma colônia para um homem de família trabalhador
Alexey e Tatyana Budenchuk têm dois filhos menores. Toda a sua família vive em uma pequena casa particular, e a principal renda vem da casa. Mas em 12 de junho de 2018, suas vidas mudaram drasticamente. Um grupo de policiais armados foi até a casa deles.
"Vi um homem mascarado de uniforme entrando na garagem. Alguns segundos depois ele subiu as escadas, me colocou no chão, me algemou."
Oleksiy Budenchuk conta sobre sua detenção.
De acordo com seu filho Yegor, as forças de segurança detiveram os dois pais naquele momento: "Mamãe e papai foram levados. Eu estava preocupado que pudesse acontecer de eu não vê-los novamente."
Como resultado, Tatyana foi libertada e, dois dias depois, por uma decisão judicial, Aleksey foi colocado em um centro de detenção preventiva junto com Konstantin Bazhenov e Felix Makhammadiev. Mais três crentes foram escolhidos como medida de contenção na forma de um compromisso escrito de não sair.
"No total, fiquei no centro de detenção provisória por 11 meses e 8 dias. Em 20 de maio de 2019, fomos liberados de lá sob outra medida de contenção - a proibição de certas ações", lembra Alexei Budenchuk.
"Não há vítimas, não há danos"
Em julho de 2019, teve início a análise do mérito da ação penal contra os fiéis. O advogado Viktor Shipilov chama a atenção para a improcedência da acusação.
"Mesmo que você leia a acusação, ela diz diretamente: 'Não há vítimas, nenhum dano foi causado a ninguém'. Uma pessoa deve saber do que é acusada, quando fez algo, onde fez algo. Começa pelo fato de que em um horário não especificado, em um local não identificado, após uma determinada data, houve a intenção de criar uma organização cujas atividades são proibidas", diz o defensor Shipilov.
Como resultado, todos os seis crentes foram considerados culpados e condenados à prisão por um período de dois a três anos e meio.
Essa decisão judicial foi um teste para os parentes e amigos dos condenados. Suas esposas declaram que continuarão a apoiar seus maridos e nunca desistirão de sua fé em Deus.
Em julho de 2019, Felix Makhammadiev e Alexei Budenchuk compartilharam em uma entrevista que a acusação criminal não os amargurou e veem as dificuldades que ainda podem enfrentar como uma oportunidade de provar sua devoção a Deus.
"Chegou um momento em que pareceu: bem, é isso, eu não aguento mais. Mas orei a Jeová todos os dias para que ele me desse paz e alegria por este dia", disse Felix Makhammadiev na época.
Segundo a esposa de Félix, Eugênia, ele não desanima. "Estou muito orgulhosa dele! Ele não só enfrentou essa prova com dignidade, como a carrega com dignidade, e me ajuda a aguentar com dignidade", diz.
Em conexão com o espancamento de crentes na Colônia Penal nº 1 de Orenburg, foram apresentadas queixas à Comissária para os Direitos Humanos na Rússia, Tatyana Moskalkova, ao Procurador-Geral da Federação Russa, Igor Krasnov, ao Escritório do Serviço Penitenciário Federal da Rússia, ao Comitê de Investigação da Federação Russa e a dezenas de outros órgãos.